sábado, 28 de julho de 2012

Entenda por que não aceitamos a nova proposta do Governo

Os professores da Universidade Federal do Pampa estão em greve, desde o dia 17 de maio, em consonância com a maioria das Universidades Federais brasileiras pela valorização de uma educação pública e de qualidade. No dia 24 de julho, em nova reunião, o Governo Federal recebeu as entidades representativas pela terceira vez, desde o início da greve, após 57 dias, para a apresentação de uma proposta que envolveria aspectos conceituais sobre a carreira docente.


Professores da Unipampa São Borja reunidos em assembleia
Professores da Unipampa - São Borja - reunidos em assembleia

Nesta última proposta apresentada, houve alterações pontuais, mas o governo manteve a essência da primeira. Nesse sentido, após ampla discussão em Assembleia local os professores da Unipampa, campus São Borja, consideraram que:

a) Ao reduzir a pauta dos docentes a questões salariais, o governo desconsidera os problemas estruturais relativos à condição de trabalho e infraestrutura (Restaurante Universitário, Moradia Estudantil, laboratórios, dentre outros) que atingem, especialmente, alunos, técnicos-administrativos e professores de instituições de ensino mais novas, tais como a Unipampa. Nesse sentido, propomos o estabelecimento de um cronograma para ampliação de recursos para manutenção, obras e infraestrutura. O Governo não admite que as Universidades novas não possuem salas de aula suficientes, laboratórios completos, professores e TAEs em número suficiente, RUs e Casas do estudante. O Governo não admite que as Universidades antigas estão sucateadas, que os hospitais universitários literalmente vazam pelos corredores;

b) Em nenhum momento o Governo propõe melhorias nas condições de trabalho nem em infraestrutura, ponto de pauta de reivindicações do Sindicato Nacional dos docentes – Andes-SN. Resumindo: aceitar o que está sendo proposto é ignorar as demandas que também são dos alunos e dos Técnicos Administrativos em Educação;

c) Com relação à proposta feita pelo Governo é preciso que todos saibam que: trata quase que somente de um reajuste salarial concedido principalmente para professores no topo da carreira (no caso da Unipampa, não temos nenhum nestas condições em nenhum dos 10 campi). Os demais professores terão um “reajuste” ilusório que sequer repõe aquilo que a inflação já tomou nos últimos 10 anos. Essa proposta desvaloriza quem estuda e quem investe em educação. Se aceitarmos esse tipo de proposta estamos passando o recado de que estudar é perder tempo;

Por estes motivos, os professores da Unipampa não aceitaram a nova proposta do governo. A educação precisa ser, de fato, prioridade em nosso país e não deve ser reduzida a tabelas, números ou discursos na mídia. Além disso, a luta pelos direitos dos docentes nunca esteve dissociada da luta por uma universidade pública de qualidade. Por fim, o governo precisa lembrar que educação não é gasto, mas investimento e levar em consideração o respeito e a valorização do professor, do aluno e das condições de estudo e trabalho nas instituições federais de ensino do nosso país. 

Não se iluda! A estratégia do Governo é fazer um jogo de números e de atirar a sociedade contra os professores, no entanto eles ainda não perceberam que o Brasil mudou e que as pessoas querem educação de qualidade.


COMANDO LOCAL DE GREVE - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – CAMPUS SÃO BORJA

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